domingo, 29 de julho de 2007

A empresa é uma ilha

Deu no latimes.com: empresas americanas estão abandonando suas ilhas no Second Life decepcionadas com a baixo movimento de clientes e conseqüentemente, baixo nível de negócios gerados no mundo virtual. O que seria uma grande oportunidade, passou a ser considerado um gasto de tempo e de dinheiro sem retorno e lucratividade.

Criado há quatro anos pela Linden Lab, firma de tecnologia de São Francisco, Califórnia, o metaverso, como é chamado este ambiente virtual tridimensional, é habitado por avatares – representação dos participantes - que viajam, circulam, compram, conhecem e namoram outros avatares. E exatamente por tentar recriar a vida em sociedade, que o Second Life chamou atenção das empresas interessadas em estar presentes no mundo virtual da mesma forma que estão no mundo real: abrindo lojas, trabalhando a marca, atendendo clientes e vendendo seus produtos.

Para Hugo Godinho, responsável pelos negócios web da Inpress Porter Novelli, ao se fazerem representar no Second Life da mesma maneira como são na vida real, as empresas não aproveitam bem as possibilidades apresentadas por este novo cenário: a interatividade tridimensional da realidade virtual pede ações diferentes de comunicação e contato com os potenciais clientes, grupo este estimado em 8,5 milhões de avatares. A razão para esta primeira dificuldade das empresas é que sendo uma “terra da fantasia” habitada por avatares que podem, inclusive, não assumirem a forma humana, os potenciais clientes não tem as mesmas necessidades de consumo nesta “segunda vida” como na primeira. Avatares não precisam de comer, beber ou mesmo, se vestir, da mesma maneira que fazemos. Mesmo assim, empresas brasileiras que participaram do seminário O Ambiente de Negócios no Second Life”, organizado pela Revista INFO, ao contrário das americanas se mostraram entusiasmadas com a possibilidade de novos negócios no metaverso. A IBM, por exemplo, deve investir 10 milhões de dólares em universos tridimensionais nos próximos dois anos. Atualmente, a empresa já possui 24 ilhas no Second Life e as usa para promover eventos e conferências.

Segundo Godinho, a web 3D veio para ficar. Para o empresário, a queda na presença das empresas americanas no Second Life é mais uma questão de ajuste a uma nova realidade do que um fracasso do formato. “Especialistas do Vale do Silício afirmam que o conceito de avatares que vivem e interagem numa plataforma de realidade virtual não tem volta”. Na dúvida, é melhor acreditar neles.

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